O Príncipe – Nicolau Maquiável

O Príncipe

O Príncipe || Editora Principis

Esta obra carrega uma reputação nefasta e, precisamente por isso, continua a despertar curiosidade. Além disso, muitos afirmam que foi leitura de cabeceira de Napoleão, Hitler e Estaline. Shakespeare, por sua vez, usou o termo “Maquiavel” para representar alguém que intriga e sacrifica pessoas em nome de fins obscuros.

Por outro lado, a religião rejeitou o livro com força. Ele entrou no Index da Igreja Católica, e os reformadores protestantes também o atacaram sem hesitar. Ainda assim, a obra sobreviveu e seguiu influenciando séculos de debates.

Geralmente, O Príncipe é visto como um tratado político, um texto histórico ou até um ensaio filosófico. Contudo, quando o analisamos com mais atenção, percebemos algo além disso. O livro revela várias leis genéricas de sucesso, úteis para leitores modernos, gestores ou pessoas que buscam compreender o poder de forma prática.

Além disso, a obra se destaca por um motivo essencial. Na época, inúmeros manuais para príncipes circulavam pela Europa. Entretanto, quase todos foram escritos para herdeiros legítimos do trono. Assim, eram textos destinados a jovens que, inevitavelmente, governariam.

Maquiavel fez o oposto. Ele escreveu para quem precisava conquistar e manter o poder sem privilégios herdados. Por isso, suas orientações tratam da realidade crua da política, dos riscos diários e das estratégias necessárias para sobreviver num cenário hostil. Essa abordagem direta transformou o livro em algo único, influente e, ao mesmo tempo, profundamente controverso.

Consequentemente, O Príncipe permanece como uma leitura poderosa. Embora envolto em polêmicas, oferece ao leitor moderno ferramentas para entender a natureza humana, a liderança e a busca por resultados concretos. Assim, sua relevância continua viva, apesar das críticas históricas.